Frases de Poetas Portugueses

Digo-vos: praticai o bem. Porquê? O que ganhais com isso? Nada, não ganhais nada. Nem dinheiro, nem amor, nem respeito, nem talvez paz de espírito. Talvez não ganheis nada disso. Então por que vos digo: Praticai o bem? Porque não ganhais nada com isso. Vale a pena praticá-lo por isto mesmo.”

"Eu não tenho rancores nem ódios. Esses sentimentos pertencem àqueles que têm uma opinião, ou uma profissão, ou um objetivo na vida".
(In Instabilidade - Extraído de "Fernando Pessoa - O livro das citações" - Organizado por José Paulo Cavalcanti Filho - Rio de Janeiro, Record, 2013)

"Vem-me, não sei porquê, uma angústia recente,
Uma névoa de sentimentos de tristeza
Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas
Como a primeira janela onde a madrugada bate,
E me envolve com uma recordação duma outra pessoa
Que fosse misteriosamente minha". (Ode marítima)

Eu sou um velho moço

Porque é tamanha bem-aventurança
O dar-vos quanto tenho e quanto posso,
Que, quanto mais vos pago, mais vos devo.

Um baixo amor os fortes enfraquece.

Nos perigos grandes, o temor
É maior muitas vezes que o perigo.

É fraqueza entre ovelhas ser leão.

O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto de neve fria, e em mim converte em choro um doce canto. E afora este mudar-se a cada dia, outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soia.

“A dor costumada não se sente.”

Basta um frade ruim para dar que falar a um convento.

Se no que tenho dito vos ofendo,
Não é a intenção minha de ofender-vos,
Qu'inda que não pretenda merecer-vos,
Não vos desmerecer sempre pretendo.

Da tensão danada nasce o medo.

No mundo não tem boa sorte, senão quem teve por boa a que tem.

O amor é uma dor que desatina sem doer.

As cousas árduas e lustrosas se alcançam com trabalho e com fadiga.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
que em mil anos não posso achar um'hora.

Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade a que chamamos fama!

Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;

Eu não sou sério, só estou fingindo ser.


Manuel Maria Bocage