Frases de Escritores Brasileiros
RECOMENDAÇÃO
Neste botânico setembro,
que pelo menos você plante
com eufórica
emoção ecológica
num pote de plástico
uma flor de retórica.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas.
Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas
Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas
detêm a mão ansiosa: Devagar.
Cada pétala ou sépala seja lentamente
acariciada, céu; e a vista pouse,
beijo abstrato, antes do beijo ritual,
na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado.
Amor em paz
Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
O VELHO E A FLOR
Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.
Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:
O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.
Cala, meu amor
Entra, meu amor
Bom você voltar
De onde vem você
Cansado assim?
Vejo tanta dor
No teu triste olhar
Este olhar que, outrora
Se acendia só pra mim
Cala, meu amor
Fala, meu amor
É melhor você nada contar
Venha aos braços meus
Que os abraços meus
Vão finalmente te fazer calar.
Poética (II)
Com as lágrimas do tempo
e a cal do meu dia
eu fiz o cimento
da minha poesia
e na perspectiva
da vida futura
ergui em carne viva
sua arquitetura
não sei bem se é casa
se é torre ou se é templo
(um templo sem Deus)
mas é grande e clara
pertence a seu tempo
- entrai, irmãos meus!
Se beijar fosse crime e amar fosse pecado o céu estaria vazio e o inferno estaria lotado.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece.
É que por enquanto a metamorfose de mim em mim mesma não faz nenhum sentido. É uma metamorfose em que perco tudo o que eu tinha, e o que eu tinha era eu – só tenho o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo de entender, o material do mundo me assusta, com os seus planetas e baratas.
Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz...
Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector, escrita em 19 outubro de 1948.
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