Frases de Escritores Brasileiros

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Há vários motivos para não amar uma pessoa, e um só para amá-la; este prevalece.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

Minha mão está suja.
Preciso cortá-la.
Não adianta lavar
A água está podre.
Nem me ensaboar
O sabão é ruim.
A mão está suja,
suja há muitos anos

(A mão suja)

Futebol se joga no estádio? Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua, futebol se joga na alma.

Amo tuas imperfeições e maravilhas,
amo-as com gratidão, pena e raiva intercadentes.

Carlos Drummond de Andrade
Poesia completa (2002).

Quero apenas ver você, sentir você, pegar em você como se pega num objeto precioso. Ter mais uma vez (a última?) a sensação de que você é uma admirável criação da natureza ou do demônio, uma coisa diferente de todas as coisas.

O ano passado não passou, continua incessamente.

Mundo vasto mundo, meu coração não é maior que o mundo. Nele nem cabem as minhas dores. O vasto mundo, o vasto e triste coração.

Eu não quero palavras e nem insinuaçoes,porque palavras se vão ao vento,e insinuaçoes se acaba com o tempo.
Eu quero atitudes.

Amizade
Como as plantas, a amizade não deve
ser muito nem pouco regada.

Carlos Drummond de Andrade
In: O Avesso das Coisas - 6º Edição, 2007.

O Brasil não irá crescer enquanto os homens de terno agirem cada vez mais como crianças, e as crianças com uniformes querendo agir como adultos de terno cada vez mais cedo.

A roupa não é só cartão de visita, é carta aberta para ser lida até por analfabetos.

Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacramente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança.

O verdadeiro problema da humanidade é a indiferença. A violência, os crimes, a pobreza, o ódio, os políticos safados colocados no poder e a ignorância são só as consequências.

— A solidão gera inúmeros companheiros em nós mesmos.

É sempre nos meus pulos o limite
É sempre nos meus lábios a estampilha
É sempre no meu não aquele trauma.

Carlos Drummond de Andrade

Nota: in Enterrados Vivos

Carrego meus mortos do lado esquerdo...por isso caminho meio de banda.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

“O tempo é a minha matéria,
O tempo presente,
Os amores presentes,
a vida presente.”

— A unanimidade comporta uma parcela de entusiasmo, uma de conveniência e uma de desinformação.

Amizade

O amigo que se torna inimigo fica incompreensível;
o inimigo que se torna amigo é um cofre aberto.

Um amigo íntimo – de si mesmo.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.