Frase Michel Quoist
Na noite o seu pesadelo te encontrou,
E ao som do desespero despertou,
A lança num golpe certeiro flagelou,
Mas a força interior te sustentou.
No fundo do túnel você avistará,
Apenas alguém com quem contar,
Apenas alguém em quem confiar,
E do seu pesadelo te resgatará.
Em nosso cemitério de repostas,
Fantasmas de um passado que não volta,
Pelo menos para nós e nossas viúvas,
Amores que perdemos nessa chuva,
E agora jazem em companhia de outras covas.
Provas de nossa ingratidão,
Infidelidade, desprezo e desespero,
Associados a insatisfação.
E as traições poderão descansar,
Junto às ervas daninhas do canteiro,
Terei as ladainhas do coveiro,
Derramadas sobre meu caixão,
Precisamos amar descontroladamente, o máximo possível, sem nem ao menos pestanejar, afinal, não ficaremos muito tempo por aqui.
Nós temos a mania de demorar a arriscar em nossas decisões e quando notamos o tempo, ele é cruel aos olhos daqueles que apenas sonham.
Numa segunda-feira fresca de agosto,
Novidades repetidas soavam no rádio.
Asami despertou, com o assovio Angelical dos rouxinóis.
Lavou seu rosto na bacia,
Escovou os dentes,
Arrumou seus lençóis,
Calçou os sapatos de feltro,
Após colocar as meias de algodão,
Seus tornozelos doloridos,
Um repuxão, devido à queda do balanço.
Mas surgia um novo dia,
Ela enrolou seu lenço no pescoço,
Mostraria àquele parquinho,
Quem era a menina das acrobacias,
Desceu as escadarias, ligeira;
Na mesa comida típica,
Um desjejum de algumas delícias.
Mamãe abotoou a gola de linho,
Penteou seus cabelos, fez carícias,
Regou as plantas com carinho.
Colheu um ramo de cerejeira,
Organizou a estante, os bibelôs
E as porcelanas na penteadeira;
Encostou as tramelas dos vitrôs.
A esta altura estava atrasada,
Asami ficou sem carona,
O ônibus passou na estrada,
Teria ela uma maratona.
Uma milha a pé caminhou,
Pelo bosque sacro andou,
Uma árvore de Ipê avistou,
Cruzando a praça e a venda.
