(…) Levantei daquela cama naquele dia.... Amanda Drielly

(…) Levantei daquela cama naquele dia. Mas na minha mente eu sabia que seria melhor ficar ali deitada. Ouvindo o silêncio da minha alma. Sabia que se eu ficasse deitada ali, me privaria de muita coisa ruim. Mas também me privaria de muita coisa boa. Deixaria de viver coisas ruins. Mas também deixaria de viver coisas boas. Ali, dentro do meu quarto, parecia perfeito, afinal, eu estava só, ali não havia falsidade, não havia competição, não havia pessoas pra me iludir. Ali era aparentemente um mundo perfeito pra mim. Mas não. Era apenas coisa da minha cabeça. Porque eu ficaria ali dentro, se lá fora também tem um mundo bonito? Um mundo real. Mas que eu poderia torná-lo mágico e perfeito se eu quisesse. Minhas certezas não era tão certas assim. Ainda haviam coisas que eu precisava conhecer lá fora. Coisas bonitas. Coisas que me ensinariam. Coisas que me alegrariam. Ainda existiam pessoas verdadeiras naquele mundo hipócrita. Poucas, mas existiam. Olhei, então, pela janela. Sorri. Respirei fundo. E falei pra mim mesma: Lá fora tem chance pra você. “Sai daí e vai tentar. Você consegue.” E assim eu fiz. Tomei uma xícara de café bem quente. Abri a porta da quarto. Sorri de novo respirando fundo. Abri a porta de casa logo depois. Fechei os olhos sentindo o vento balançar meu cabelo e dei o primeiro passo em direção a vida lá fora. (…)