FELIPE É difícil descrever com... Janaina Cavallin

FELIPE

É difícil descrever com precisão a emoção da maternidade. É único, é maravilhoso, é um presente divino, enviado por Deus diretamente para nós.


Eu sempre quis ser mãe, desejei o Lipe antes dele ser concebido, amei cada segundo da gestação, enquanto ele crescia, tomava forma e mudava minhas formas, e mesmo assim, me olhava encantada no espelho pela vida que se moldava dentro de mim.


Enjôo, sono, idas diversas ao banheiro (grávidas urinam o tempo todo), falta de posição para dormir, nada foi pesado demais ou difícil diante da vitalidade que nasceu na minha alma com a vinda do Lipe. Ele é a melhor coisa que já aconteceu em minha vida e o melhor de todos os capítulos da minha história.


Eu jamais vou esquecer quando o vi, pela primeira vez, ainda envolvido pelas mãos do médico... lá estava aquele ser tão pequenino, tão belo e puro, que de mim dependeria para tudo, e eu já sabia, que a qualquer momento, se fosse preciso, daria a vida por ele. Ainda dou.


Os olhinhos amendoados, rosto de anjo, o sorriso desenhado pelas mãos divinas. Peguei no colo, acolhi em meus braços, não queria mais soltar, receio de como o mundo iria receber sua doçura.
Mas ele veio forte, corajoso, impetuoso, enfrentando tudo.


Dei meu colo, meu seio, meu amor; acompanhei as primeiras tentativas de passos, de palavras, de escolhas. Guardei no coração cada sorriso.
Dei a mão quando foi preciso, entrelacei os dedos diante dos medos, procurei bicho papão embaixo da cama, dormimos abraçados ao som dos trovões. Esquentei papinha, esfriei o leite, contei história, inventei canções de ninar. Sai correndo nos tombos, dei beijinho para sarar. Voei no aviãozinho para convencer a se alimentar. Dei banho, vesti, mostrei que tomada dá choque e choque machuca, que no escuro as coisas sozinhas não mudam de lugar, e o que a gente mexe, depois tem que arrumar.


Hoje ele caminha sozinho, toma banho sozinho, escolhe o que quer vestir, tem seu canal preferido, navega pela internet, sabe que bicho papão não existe, trovões não amedrontam mais, já prepara o próprio leitinho e quer saber de tudo. Cada coisa tem que ter um por que, é curioso e inteligente, mas ainda não aprendeu a colocar as coisas de volta no lugar , só a mexer. Ainda corre para meu abraço quando quer abrigo.
Hoje me ensina muito mais do que eu a ele.


Cada vez que ele me diz "eu te amo mamãe" minha fé se fortalece, só Deus pode ter criado algo tão sublime. É com o sorriso dele que ganho nova energia para continuar na estrada.
Se o dia foi ruim, é só encontrá lo, para expulsar o que é ruim do meu mundo e ter a certeza que tudo vale a pena.
É minha luz, minha razão de viver, minha centelha divina.
Meu pequeno GRANDE AMIGO
Felipe te amo!!!