Chego, abro a porta, sinto o cheiro das... Dores Pungentes

Chego, abro a porta, sinto o cheiro das rosas do meu quintal. Chamo teu nome, só pelo costume, pois sei que ninguém vai responder. Hoje faz o quê? Um mês? Dois? Não sei. Não sei porque desde que tu fostes embora, o tempo pra mim é sempre uma eternidade, agora, vou tomar meu café, que em dias de felicidade, tomaria contigo. Nessa minha realidade paralela, nuncas fostes embora. Continuastes eternamente comigo, fazendo juras de amor sob uma lua brilhante. Ultimamente, venho pensando mais, venho chorando mais, venho vivendo menos. Em noites frias como esta, já terias fechado a janela. Mas, como não estás aqui, ela ficará aberta. Ficará aberta a tua volta, para que tu possas fechá-la, a teu modo. Meu coração? Meu coração continuará aberto, esperando tua volta. Oh, pobre coração. Continua anseiando tua volta, teus carinhos, tuas falsas palavras, para iludi-lo, e deixá-lo molhado de lágrimas de felicidade. Felicidade de um amor que possivelmente numa existiu. Ou existiu? Amei? Vivi? Sorri? Só contigo. Só contigo aprendi o que amar. Aprendi o que viver. Aprendi a sorrir. Um sorriso tão verdadeiro, banhado em palavras tão falsas. Se fostes embora, porque continuas aqui? Continuas aqui, assustando-me durante a noite, pois quando viro-me um vazio em minha cama está. Onde tu deverias está dormindo, está um vazio, um travesseiro, que não tem calor. Volta, anjo. Faz-me sorrir de novo, esquenta meu coração, molha-o com palavras de duvidosa realide, volta anjo, fecha minha janela, e fecha a porta do meu coração, que deixastes escancarada à tua saída. Volta, anjo, e faz-me de novo mulher feliz.