Quase 30 e uma imensidão de perguntas.... Karla Tabalipa

Quase 30 e uma imensidão de perguntas.
Essa minha mania de esperar demais dos outros, faz com que eu admire tão poucas pessoas...
E minhas opiniões que variam a cada momento e me afundam em confusão e vontade de desistir. Queria parar de pensar um segundo. Mas em um segundo eu penso um turbilhão de coisas.
Se alguém me perguntar agora o que eu quero, eu vou dizer que não sei.
Sabe como é querer muito, mas não querer mais?
Me afundei em livros, músicas e poesia.
E mesmo lendo eu penso. Penso e cada vez quero menos.
Tenho lido um romance lindo, e tudo que é lindo me faz lembrar...
Como eu demorei tanto pra ‘descobrir’ Simone de Beauvoir?
“Não se nasce mulher: torna-se.”
Me tornei.
E não foram os momentos bons que me fizeram despertar pra dentro de mim.
Foram as quedas, e os recomeços.
Confesso que me orgulho de olhar pra trás e ver como encarei determinados momentos.
Eu nunca fui de esperar passar. Eu forço a melhora, eu me forço a sair do chão. Eu me recuso. Eu caminho, eu danço, eu escrevo, eu esqueço. E assim eu cresci.
Porque aos dois anos eu aprendi o que é perder. Acordar e ter que entender na marra que a vida segue e chorar não traz ninguém de volta.
Só eu sei a falta que eu senti. Só eu sei como doeu uma dor eterna.
Só eu sei o buraco que ficou e, apesar de muita gente ter tentado, ninguém conseguiu suprir essa falta.
Algumas pessoas, definitivamente, não são substituíveis.
Todas as outras são. Isso eu também aprendi.
Então eu sigo, sabe? Admitindo que às vezes dói. Mas sempre passa.
E o aprendizado da vez (entre tantos) é que, mesmo de um jeito torto, certas coisas na vida têm prazo curto de validade. E outras, ficam pra sempre. De algum jeito, elas ficam. Seja de corpo ou seja de alma.


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