Ode ao Senhor Tempo Oh! Tempo! Como... Miriam Da Costa

Ode ao Senhor Tempo


Oh! Tempo!
Como aprecio-te!
Gosto de ter-te nos meus passos,
no meu trilhar o tempo do viver.


Sem pressa e afobação,
a pressa me conturba, me confunde;
a afobação me irrita,
é enervante!


A minha pressa
é a da calma,
do meu tempo
sem tempo apressado.


Oh! Tempo,
meu silencioso companheiro,
gosto de sentir-te nos passos,
marcando o compasso do viver.


Não te quero correndo,
nem arfando nos relógios do mundo.
A pressa me turva,
me dispersa da inteireza.


A afobação grita,
e eu prefiro o sussurro.


Minha pressa
é feita de calma,
é o tempo que caminha
sem se perseguir.


Oh, Tempo,
não te temo,
te cultivo.


Quero-te nos meus passos,
não como urgência,
mas como presença.


A pressa me rouba o sentido,
me embaralha os gestos,
me desencontra de mim.


A afobação não é movimento,
é ruído e caos.


Eu sigo outro ritmo,
a pressa da calma,
esse tempo que não corre,
apenas vive em mim
em versos que correm
no tempo sem pressa
da poesia do viver.
✍©️@MiriamDaCosta