Algo começa, algo termina. No sopro... Raimundo Santana

Algo começa,
algo termina.
No sopro breve da existência,
somos faísca e cinza,
somos relâmpago e silêncio.
Não existe meio-termo,
apenas o intervalo —
um fio tênue de respiração
entre o nascer e o fim.
Nesse espaço,
o tempo nos molda,
a dor nos lapida,
o amor nos consome.
E quando o último instante
se erguer como sombra,
restará apenas o eco
do que ousamos ser.