As raízes podres que sufocavam minha... Raimundo Santana

As raízes podres que sufocavam minha alma faminta.
Enterrei-os sob o peso da verdade nua, impiedosa,
para que não se repetam em meu novo caminho,
onde cada passo é forjado no fogo da vontade indomável. Não foi fraqueza, mas fúria sagrada que me libertou:
arranquei as correntes com unhas e dentes,
sangrando, mas vivo, respirando o ar puro da redenção.
Os fantasmas do ontem gritam, mas eu os calo
com o rugido de quem escolheu ser inteiro, não sombra. Agora, caminho ereto, olhos fixos no horizonte vivo,
sem arrependimentos falsos, só lições afiadas como lâminas.
Vícios. Cinzas no vento. Erros Escadas para o alto.
Eu sou o autor deste destino, e ele pulsa verdade:
forte, cru, eterno.