LIVRO: NOS DOMINIOS DA MEDIUNIDADE. CAP.... MARCELO CAETANO MONTEIRO
LIVRO: NOS DOMINIOS DA MEDIUNIDADE.
CAP. O PSICOSCÓPIO.
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.
PELO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ.
O PSICOSCÓPIO.
O PSICOSCOPIA COMO JANELA DA ALMA: UMA NARRATIVA EXPLICATIVA À LUZ DA CODIFICAÇÃO.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A presente narrativa explicativa tem por objetivo correlacionar, com rigor, os acontecimentos descritos por André Luiz com os princípios doutrinários estabelecidos na Codificação. Em cada passo, observa-se a coerência entre fenômeno e fundamento, entre vivência espiritual e ensinamento clássico, como os Espíritos Superiores demonstraram desde mil oitocentos e cinquenta e sete.
PRIMEIRO ACONTECIMENTO
A APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE ESTUDOS.
Quando Áulus recebe os aprendizes com afabilidade e expõe o programa de observação, há clara similitude com o método pedagógico adotado pelos Espíritos que instruíram Allan Kardec. Tal como ocorre nas reuniões sérias evocadas em O Livro dos Médiuns, capítulo as evocacões, o orientador inicia pela ordem, define o campo de ação e delimita a moralidade necessária ao estudo. A disciplina, aqui, não é mero adorno, mas premissa doutrinária.
SEGUNDO ACONTECIMENTO
O NÚCLEO PEQUENO E A VALORIZAÇÃO DO FATOR QUALIDADE.
Áulus explica que o grupo é composto por dez encarnados com quatro médiuns de base moral respeitável. A Codificação afirma que a moral é o alicerce da segurança mediúnica. Conforme O Livro dos Médiuns, capítulo vinte, somente médiuns com predisposições éticas podem oferecer serviço de real utilidade. A escolha de um grupo reduzido remete ao princípio de que reuniões simples e sérias atraem Espíritos esclarecidos, enquanto assembleias numerosas e desordenadas dispersam forças sutis.
TERCEIRO ACONTECIMENTO
O OBJETIVO DO ESTUDO EXCLUSIVAMENTE TERRENO.
O orientador menciona que certos conhecimentos só adquirem complexidade quando examinados no plano material. Isso se harmoniza com a máxima codificada de que o Espírito, quando encarnado, encontra resistências próprias da matéria, exigindo análise mais cuidadosa. Em O Livro dos Espíritos, questão trezentos e onze, os Espíritos declaram que a inteligência humana trabalha sob limitações impostas pela organização corporal. Portanto, estudar mediunidade entre encarnados significa lidar com essa zona de fricção.
QUARTO ACONTECIMENTO
O PSICOSCÓPIO E SUA FUNÇÃO.
A descrição do psicoscópio, aparelho destinado a identificar vibrações da alma, apresenta afinidade direta com o princípio definido na Codificação de que todo pensamento é força e radiação. Em O Livro dos Médiuns, capítulo quatorze, Kardec menciona a emissão fluídica como característica essencial do ser humano. O instrumento espiritual apenas torna visível o que já está exposto pelos fluídos perispirituais. A ideia de radiações semelhantes aos raios gama ecoa a afirmação doutrinária de que os fenômenos espíritas integram as leis naturais ainda desconhecidas pela ciência humana.
QUINTO ACONTECIMENTO
A AVALIAÇÃO MORAL POR MEIO DA LUZ.
Quando Hilário observa coronas luminosas, fachas violeta e irradiacões, verifica-se a exata aplicação do princípio codificado de que a elevação moral define a pureza dos fluídos. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo vinte e oito, afirma-se que Espíritos bons se reconhecem pela vibração serena e luminosa. A psicoscopia, portanto, não cria estados, apenas revela condições morais já presentes. A imagem de coroas luminosas evidencia espíritos encarnados disciplinados, devotados ao bem e habituados à interiorização.
SEXTO ACONTECIMENTO
A EXPLICAÇÃO SOBRE RAIOS ECTOPLÁSMICOS.
A referência aos raios ectoplásmicos remete ao que a Codificação denomina fluído vital, fluído perispiritual e fluído universal. O Livro dos Médiuns, capítulo quarto, afirma que os fenômenos de materialização e transformação fluídica dependem das forças vivas do médium. As forças observadas por André Luiz são apenas versões mais sutis e aprofundadas das mesmas leis. A metamorfose da oruga, citada pelo mentor, reafirma a tese de que os processos biológicos espelham processos espirituais.
SÉTIMO ACONTECIMENTO
O AFASTAMENTO NATURAL DOS ELEMENTOS DESARMÔNICOS.
Quando Hilário indaga se Espíritos superiores expulsariam moralmente os maus colaboradores, Áulus explica que a falta de afinidade resolve o problema sem necessidade de intervenção direta. Tal afirmação coaduna-se com O Livro dos Espíitos, questão trezentos e oitenta e quatro, onde se ensina que os semelhantes são atraídos por semelhança fluídica. A própria vida, portanto, desloca cada ser para o campo compatível com suas vibrações, ajustando ambientes e coletividades.
OITAVO ACONTECIMENTO
A CASA ESPÍRITA COMO SANTUÁRIO.
Ao chegarem à instituição cristã, encontram entidades desditosas em aprendizado e amigos espirituais auxiliando. É o retrato fiel da casa espírita séria descrita em O Livro dos Médiuns, capítulo vinte e nove, onde Kardec afirma que locais dedicados ao bem tornam-se postos de socorro, recebendo sofredores e assistentes da vida superior. A reunião íntima, comparada ao coração dentro do corpo, reforça a noção de que o trabalho essencial é sempre silencioso e interior.
NONO ACONTECIMENTO
A HARMONIZAÇÃO E A ORAÇÃO.
O período de quinze minutos de prece confirma a regra codificada de que o recolhimento mental é indispensável para atrair Espíritos elevados. O Evangelho Segundo o Espiritismo aponta que a prece cria corrente fluídica que liga criaturas à esfera superior. A observação feita por André Luiz, de que cada membro traz em seu perispírito a semente do melhor que possui, está em perfeita sintonia com o ensino de que cada pensamento molda e projeta vibrações perispirituais.
DÉCIMO ACONTECIMENTO
A REVELAÇÃO DO ASPECTO LUMINOSO DOS TRABALHADORES.
O esplendor opalino, as antenas de luz, os rolos luminosos e o intercâmbio vertical de forças são imagens compatíveis com a afirmação de Kardec de que o perispírito é suscetível de modificação contínua conforme o estado moral do Espírito. Em O Livro dos Espíritos, questão novecentos e trinta e dois, estabelece-se que o bem produz efeitos duradouros na alma, enquanto o mal densifica os fluídos, o que explica a diferença vibratória entre assistentes e desencarnados presentes.
DÉCIMO PRIMEIRO ACONTECIMENTO
A CONFIRMAÇÃO DA CONDIÇÃO HUMANA DOS MÉDIUNS.
Ao declarar que são pessoas comuns, mas devotadas, Áulus reafirma o ensinamento clássico de que as faculdades mediúnicas não são privilégios, mas atributos humanos. O Livro dos Médiuns insiste que o valor moral não está na faculdade, mas no uso que se faz dela. O grupo de dez, portanto, representa o modelo que a Codificação considera ideal: simplicidade, humildade, estudo metódico e disciplina interior.
CONCLUSÃO.
O psicoscópio é apenas a lente que revela o que a Codificação já sistematizara: o Espírito é um foco de luz variável, uma usina de forças mentais, um agente de irradiações contínuas. A narrativa de André Luiz não contradiz Kardec, mas aprofunda, amplia e detalha os mecanismos que a Codificação estabeleceu como lei geral. Em cada ocorrência, o que se vê é a pedagogia superior em plena ação, desvelando o que a Doutrina sempre afirmou: a vida moral molda o ser, rege sua luz, determina suas afinidades e sustenta sua ascensão.
