đ RUPTURA: Poema do Homem Sensato e a... Anderson Souza
đ RUPTURA: Poema do Homem Sensato e a PaixĂŁo
Eu sempre fui um homem sensato,
Linhas retas, razĂŁo, tudo no lugar.
Organizado e bom de lidar, era fato,
Pronto pra colheita de um futuro a planejar.
Precavido com a vida, para evitar o fardo,
Queria um futuro brilhante e controlado pra viver.
Cada dia, cada passo, meticulosamente guardado...
AtĂ© vocĂȘ aparecer.
Minha cabeça escolhia bem o que fazer,
Tinha o controle da minha vida no lugar.
Mas bastou seu sorriso... para tudo estremecer,
E o meu coração, subitamente, querer comandar.
Foi aĂ que a bĂșssola girou, perdi o Norte,
E a minha vida virou de ponta-cabeça, inteira.
Eu troquei a armadura, o terno forte,
Pela tua camiseta, leve e passageira.
Eu que só olhava a cotação, o balanço,
Agora só leio os sinais da sua respiração.
Minha planilha de gastos, agora Ă© teu descanso,
E o meu "tempo é dinheiro" virou tua canção.
Eu planejei a estrada, quilĂŽmetro a quilĂŽmetro,
E vocĂȘ, sem aviso, me fez mudar o mapa.
Trouxe o caos, a desordem, o ar atĂŽmico,
E me fez feliz, sem volta, sem etapa.
A minha razĂŁo, essa voz que insiste em ser dura,
Grita: "Para com essa loucura! Isso nĂŁo tem cura!"
Mas de que adianta estar certo, no castelo de vidro,
Se a alma clama o seu nome, faminta, em desespero?
Eu não sei de onde vem essa força que me leva ao perigo,
Eu sĂł sei que me faz bem, me perdi no seu abrigo.
E se eu tiver errado... que o universo me castigue,
Porque por vocĂȘ, de livre e espontĂąnea vontade, eu me rendo e sigo!
Ă a Ruptura, o momento final!
A minha cabeça sabe o que é bom, o que é ideal,
Mas meu coração ignora a linha de chegada, o final.
Eu sou o descontrole, eu sou a emoção que se elevou!
Um homem que era sensato, e que por fim... enlouqueceu de amor!
Me apaixonei por quem a minha mente nunca sonhou em amar,
Rasguei o manual, joguei a razĂŁo no fundo do mar.
Só pra deitar do seu lado, neste abraço que me consome.
Pode me julgar, doutor... A paixĂŁo Ă© meu novo nome.
