Carrego um nome que às vezes me veste... Rafaela Dias

Carrego um nome que às vezes me veste apertado, como se fosse de outro.
E no silêncio, onde ninguém me chama, sou eu quem respondo na voz que o mundo não ouve.
Há dias em que o vento me reconhece melhor que as pessoas, e sussurra:
“fica tranquilo, tu nasce ainda.”
E eu sigo, me dobrando em mim mesmo, esperando o instante em que o espelho pare de estranhar quem nunca deixou de ser.
