Ela colecionava horários de trens. Ele,... Alexandre Sefardi
Ela colecionava horários de trens. Ele, sons de estações. Encontraram-se num vagão às 6h15, quando a luz da manhã riscou o rosto dela e ele a viu. Não trocaram palavras, apenas um sorriso.
Nos dias seguintes, o mesmo comboio, o mesmo lugar. Ele começou a gravar o som da sua respiração. Ela anotou o ritmo do seu coração.
Um dia, o trem parou num sinal vermelho, no meio da ponte. Ele estendeu a mão. Ela aceitou. Quando o comboio arrancou, já não eram dois. Eram um.
