đïž ARMAGEDDON por Purificação... Purificação
đïž ARMAGEDDON
por Purificação
Quando o silĂȘncio vira o fim do mundo dentro da gente.
Eu sei⊠parece desinteresse.
Parece frieza.
Mas nĂŁo Ă©.
Ă sĂł o corpo cansado demais pra explicar o que sente.
Ă a alma lutando pra nĂŁo desabar.
Tem dias que eu olho pro nada e penso:
âPor que eu estrago tudo?â
NĂŁo sei onde começa o erro â
sĂł percebo quando o que era presença vira ausĂȘncia,
quando o que era diĂĄlogo vira silĂȘncio.
As pessoas acham que a gente se afasta por escolha.
NĂŁo entendem que, Ă s vezes, Ă© o peso que afasta.
Que o silĂȘncio Ă© um tipo de grito.
Que quando a mente adoece, o coração fala baixo,
e o mundo parece um lugar onde a gente nĂŁo cabe.
Tem uma voz aqui dentro â sempre tem.
Ela diz: âPara. Para de sentir tanto. Para de pensar tanto.â
Mas nĂŁo para.
Nunca para.
E vem outra:
âNĂŁo tĂĄ cansado das pessoas falando mal de vocĂȘ?â
TĂŽ.
Mas o que eu posso fazer se o mundo sĂł sabe apontar?
Mesmo cansado, eu ainda tento ser bom.
E isso dĂłi mais do que qualquer palavra dita contra mim.
Eu mando mensagem e fico olhando o tempo passar.
Dois dias. TrĂȘs.
Nada.
E a mente inventa histĂłrias â todas tristes.
Talvez ele tenha cansado.
Talvez eu seja mesmo difĂcil demais de amar.
Talvez o problema seja existir sentindo tudo o tempo todo.
Chamam isso de drama.
Mas nĂŁo Ă© drama.
Ă desespero mudo.
Ă o corpo presente com a alma desligada.
à tentar viver enquanto o coração se apaga aos poucos.
E o mundo?
O mundo sĂł entende quem sorri.
Ninguém entende o que é lutar pra continuar
quando tudo dentro da gente jĂĄ quer parar.
ARMAGEDDON nĂŁo Ă© o fim dos tempos lĂĄ fora.
Ă o fim do que a gente era por dentro â
quando o amor vira eco,
e o silĂȘncio Ă© o Ășnico som que sobra.
đŻïž â Purificação
