Proa da Decadência William Contraponto... William Contraponto
Proa da Decadência
William Contraponto
Nos barcos que navegam
Em rios cor de sangue,
Nos pífios que se negam
Em desviar a rota beligerante.
Nos olhos que se fecham
Ao clarão das ruínas,
Há sombras que festejam
O preço das doutrinas.
O vento sopra o mesmo
Em todas as bandeiras,
Mas muda o que é terno
Em marcha e trincheira.
E o homem que se julga
Senhor de cada instante,
Desconhece o que pulsa
Na margem vacilante.
Quando enfim se afoga
Na própria confiança,
Descobre que sua proa
Aponta para a decadência.
