“Existem pessoas tão cheias de si que... Marcelo Caetano Monteiro

“Existem pessoas tão cheias de si que acabam completamente vazias.”

A vaidade humana é um abismo disfarçado de plenitude. O indivíduo que se enche de si mesmo acredita possuir substância, mas o que nele transborda é apenas a aparência do ser uma bolha de ar que o menor contato da realidade faz estourar. O homem verdadeiramente dotado de espírito não necessita exibir o que é; seu valor repousa no silêncio.

O vaidoso, pelo contrário, é como um vaso sem conteúdo que tenta compensar o vazio pelo barulho. Quanto mais fala de si, mais denuncia a ausência interior. Vive de comparações, de olhares, de aplausos e por isso sua felicidade depende do reflexo, jamais da essência.

Aquele que busca parecer é escravo da opinião. E nada é mais miserável do que depender do olhar alheio para sentir-se existente. Assim, quem se julga pleno de si está, na verdade, destituído de tudo porque o “si” que o ocupa é apenas uma caricatura inflada do verdadeiro eu.

Em suma, o homem cheio de si é um deserto disfarçado de montanha; quanto mais alto se crê, mais ecoa o seu próprio vazio.