Santo Deus, há tanto o que dizer, mas... Lucas Aparecido De Almeida...

Santo Deus, há tanto o que dizer, mas são palavras vazias e muitas vezes insensatas de alguém que enxerga a autodepreciação do tempo. Eu não consigo expressar a artificialidade que eles querem, e tenho enxergado a vida de uma maneira dolorida. E a quem acredita que eu veja de maneira distorcida, mas eles vivem na distorção e acreditam que o fato de que vivem é o certo e ignoram o que é indiferente ao que pensam. Eu penso em findar tudo, mas o único poder que tenho é de dobrar os joelhos e confiar na sua vontade, ó Pai: viver um dia de cada vez, mesmo enquanto não vivo. Não sei há quanto tempo deixei de ser eu e de suportar coisas que eu não deveria. Minha indignação, o meu tempo e o meu falar não têm muito valor num mundo onde se rotula “resultado” o fruto de tudo — fruto enganoso que leva à indecência e faz a gente perdidamente esquecer do que de fato importa, que é carregar a sua cruz por cada canto deste mundo que criaste com tanto amor. Pai, não deixa o meu ser se corromper para esse mundo, mas faz esse mundo se corromper pelo meu ser — não porque eu sou bom, mas porque tu, ó Pai, és bom —, e que o caminho que eu percorra desmorone, e que meus olhos possam voltar ao seu propósito.
