NADA! Andas tão longe de mim.... Dolandmay Walter

NADA!
Andas tão longe de mim. Desvairada da dor...
Sentes o meu abraço, sentes o meu beijo;
De sorrisos se transborda, sentes o meu desejo,
Vês-me, mas não enxergas o meu amor!
Pareces o quê? A lua? O sol? Não tens fulgor!
– Transbordo a alma ao seu almejo...
Não tens corpo em mim, apenas lampejos
Aos teus olhos de infinito, sem esplendor...
Parecia-me dos céus a mais bela estrela...
Não és nada! Apenas eu estou de vê-la...
És tu, de minha cobiça-louca, a imaculada!
Serás por um instante de meu tremor o arder?
Já não acredito em vida, ao meu querer;
Que tão longe de mim, amor, tu não és nada!
© Dolandmay Walter
