Doenças Quando a dor aperta o peito... Milton Santana

Doenças

Quando a dor aperta o peito procure um médico. Sim, conte tudo o que sente… mas também não esqueça de dizer que essa dor vem da tristeza, da angústia que aperta a alma.




Diga que sente azia… mas perceba também por que sua mente agitada multiplica o ácido do estômago.




Informe que tem diabetes… mas não esqueça de mencionar que a doçura parece ter desaparecido da sua vida e que o gosto das frustrações está pesado demais.




Mencione as enxaquecas… mas reconheça também que doem o perfeccionismo, a autocrítica sem fim, a sensibilidade extrema à opinião alheia e a ansiedade que nunca descansa.




Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar o ácido da calúnia, o veneno da inveja, os micróbios do pessimismo e o câncer do egoísmo. Não querem transformar o jeito de viver.




Buscam a cura de um tumor… mas se apegam a velhas mágoas. Querem liberar as artérias coronárias… mas mantêm o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.




Desejam curar os olhos… mas não tiram a venda do julgamento e da maledicência. Pedem alívio para a depressão… mas não soltam o orgulho ferido nem integram as perdas.




Suplicam ajuda para problemas na tireoide… mas ignoram seus próprios ressentimentos e frustrações, sem se permitir expressar o que realmente precisam. Pedem para curar um nódulo no peito… mas continuam negando a ternura e a afetividade que poderiam deixar fluir.




Pedem intervenção divina… mas fecham os ouvidos aos gritos de ajuda de quem está ao lado.




A vida fala de mil formas. E a doença é uma delas. Às vezes, a mais clara. Porque o recado que traz é urgente e profundo: falta mais amor e mais harmonia na nossa existência.