A Verdade do Evangelho em Nós: O... Marcelo Caetano Monteiro

A Verdade do Evangelho em Nós: O Compromisso Espírita Além das Palavras.

Em 2019, no Centro Espírita Manoel Soares, em Manhumirim – MG, Marcelo Caetano Monteiro. proferiu uma palestra que ficou marcada pela profundidade de suas reflexões. Inspirado pelo Evangelho e pela Codificação Espírita, destacou a necessidade de que a fé, a renúncia, a transformação moral e a autenticidade dos espíritas não se convertam em mera retórica, mas em vivência real. Sua fala, registrada na frase que ecoa até hoje, ressoou como um chamado à consciência:

"Que os modelos da fé vivificante, da renúncia condoída, da transformação moral no homem de bem do qual exalta o Evangelho e que nós espíritas salientamos e não a nós mesmos, não permitamos que seja uma hipocrisia."

Aspectos Filosóficos.

A filosofia espírita, consolidada por Allan Kardec, nos lembra que o homem é um ser em processo de aperfeiçoamento, convidado à realização do bem pela razão e pela moralidade. A palestra de Marcelo Caetano Monteiro dialoga com essa visão ao questionar a coerência entre discurso e prática.
Em O Livro dos Espíritos, questão 918, Kardec apresenta o retrato do verdadeiro homem de bem, cuja conduta se pauta no amor ao próximo, na indulgência e no desapego às vaidades. Filosoficamente, isso significa que a verdade só encontra sentido quando encarnada no ser, e não apenas proclamada em palavras.

Aspectos Psicológicos.

A psicologia espiritualista demonstra que a hipocrisia é uma dissonância interna: o indivíduo diz o que não sente, afirma o que não vive. Tal conflito gera desequilíbrios emocionais, ansiedades e angústias.
O Espírito Joanna de Ângelis, em sua Série Psicológica, ressalta que a autenticidade é um dos caminhos para a saúde integral. Quando o espírita vive o Evangelho, não como um fardo, mas como libertação, sua psique encontra equilíbrio e sua vida ganha coerência.
Marcelo enfatizou que a renúncia condoída — aquela que compreende e acolhe — não é fraqueza, mas força moral que sustenta o crescimento interior.

Aspectos Científicos.

O Espiritismo, como ciência de observação dos fenômenos espirituais e de suas leis, mostra que não há máscaras perante a vida imortal. Os Espíritos, em O Livro dos Médiuns, revelam que o caráter do encarnado é sempre revelado nas comunicações, pois não há disfarce possível na essência.
A ciência psicológica atual também valida que o comportamento humano só se transforma de forma duradoura quando acompanhado de convicções profundas. Logo, a mudança moral que o Evangelho exige não é aparência, mas um processo dinâmico e comprovável no cotidiano, sustentado pela disciplina e pelo autoconhecimento.

Aspectos Morais.

A moral evangélica, traduzida pela Codificação, chama o espírita à responsabilidade de testemunhar pela ação. Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XVII, item 4, adverte: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações.”
A palestra, nesse sentido, foi um apelo para que a vivência da fé não seja formalidade ou aparência, mas compromisso íntimo. A renúncia condoída implica sacrifícios silenciosos em prol do bem comum, traduzindo a moral do Cristo em cada gesto.

Cerne para os Dias Atuais.

Em tempos de exaltação da imagem, da superficialidade e da vaidade, a fala de Marcelo Caetano Monteiro torna-se ainda mais urgente. Hoje, mais do que nunca, corremos o risco de transformar a fé em espetáculo e a religião em conveniência.
O Espiritismo, no entanto, convoca-nos à simplicidade, à autenticidade e à responsabilidade. Não basta falar do Evangelho; é necessário vivê-lo nas redes sociais, na família, no trabalho, nos pequenos atos que nos definem perante a vida.

Conclusão: O Compromisso do Verdadeiro Espírita.

A palestra de 2019 permanece como um farol de lucidez. Ser espírita é assumir compromissos sérios com a transformação de si mesmo e com a renovação do mundo. O Evangelho não é ornamento intelectual, mas roteiro de vida.
Não há lugar para a hipocrisia no coração que se abre ao Cristo. O chamado é claro: fé vivificante, renúncia condoída, transformação moral e autenticidade.

Eis a missão que o Espiritismo nos confia — não a de parecer, mas a de ser.