Os negros foram feitos, antes de mais,... Rafique Anusse

Os negros foram feitos, antes de mais, para serem negros; e essa identidade, longe de ser motivo de vergonha ou de rejeição, deve ser compreendida como património, herança e força.

Ser negro não é apenas uma condição física: é carregar histórias, raízes e memórias que resistem ao tempo e às adversidades. Cada traço, cada tom de pele, cada textura de cabelo é testemunho de ancestralidade e de resiliência.

Rejeitar essa identidade é negar a própria história; valorizar a pele clara em detrimento da escura é aceitar padrões alheios que desconsideram séculos de cultura e de luta.

O orgulho negro nasce do reconhecimento da própria beleza, da própria força e do legado que se transmite às gerações seguintes. Ao assumir plenamente quem se é, sem filtros ou loções, cada indivíduo torna-se capaz de transformar a própria vida e influenciar positivamente a comunidade à sua volta.

Ser negro é, portanto, um ato de coragem e de liberdade: é afirmar que a dignidade não depende da cor da pele, mas da consciência do valor intrínseco que cada ser humano possui.

É reconhecer que a verdadeira força não se encontra em padrões impostos, mas na capacidade de amar e respeitar a si mesmo e aos outros, sem discriminação nem auto-negação.