Não sei em que momento me perdi. Talvez... Libni Luiza Da Costa...

Não sei em que momento me perdi.
Talvez tenha sido no primeiro olhar,
ou na primeira palavra que parecia sincera.
Tudo parecia ter cor,
mas era apenas um reflexo distorcido.


Acreditei em um abraço que nunca me envolveu,
em um amor que nunca existiu fora da minha mente.
Dediquei dias, noites, lágrimas,
como se estivesse construindo algo eterno.
Mas só ergui muros dentro de mim.


E cada pedra desse castelo falso
agora desaba sobre o meu peito.
Respiro em meio aos escombros,
sufoco no pó daquilo que jamais foi real.


A solidão é cruel,
mas mais cruel ainda
é perceber que não fui abandonada —
porque nunca fui escolhida.


Eu lutei contra o vazio,
mas o vazio venceu.
E o que restou de mim
se arrasta entre as cinzas,
sem forças, sem fé, sem amanhã.


No fim, entendo a dor que me consome:
nunca amei alguém de verdade,
apenas a ilusão de um alguém.


O amor que senti
não tinha rosto,
não tinha corpo,
não tinha vida.


Era nada.
Era frio.
Era escuridão.


E então percebo,
com a última gota de mim:


me apaixonei por uma Sombra.