Enfermeira, traga-me uma promessa,... Lucas Strochinski

Enfermeira, traga-me uma promessa,
daquelas que o tempo não apaga.
Que chegue tarde, mas não esqueça,
e que a memória ainda traga.
Traga-me um pacto costurado de infância,
com laços frouxos, mas firmes no peito.
Com a leveza de quem tem constância
e a coragem de reescrever o feito.
Aplique-me uma dose de palavra cumprida,
mesmo que o relógio não colabore.
E me diga que dívida, quando é sentida,
se paga mais com gesto do que com flores.
Não prescreva, mas me dê:
1 abraço sem pressa,
2 olhares de quem acredita,
e se possível…
um “logo te vejo” que não demore uma vida.