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Toda vez que amores se reconciliam, as armas são jogadas ao chão, as máscaras caem, as expectativas são encerradas, as mágoas são superadas, os corações cantam e todo o céu brilha lindamente outra vez. O amor que é capaz disso se torna mais forte, tem raízes mais profundas e já não se apega à superficialidade que mostramos; ele se prende ao âmago de como realmente somos. Saber dos defeitos e das dificuldades e, mesmo assim, querer ficar juntos é o amor real, aquele que perdoa, que compreende e que ama sem restrições...

Inserida por DrDimer82

⁠Eu teria te levado comigo

Eu teria te levado comigo.
Teria enfrentado qualquer problema,
qualquer barreira,
aceitado qualquer erro,
só pra te ter ao meu lado.

Eu teria te levado comigo,
na certeza de que tinha feito a escolha certa.
Porque estar ao teu lado
era o que me completava,
era a certeza de que eu estava no caminho certo.

Eu teria te levado comigo:
doente, indefesa, viciada,
no leito de morte...
Teria te levado nos braços,
abraçado tuas dores,
sido tuas pernas se não pudesse andar,
tua voz se não pudesse falar.

Eu teria dado tudo por nós.
Porque te ver feliz era o meu remédio.
Te ter me bastava.

Mas me doei tanto…
que não percebi.
Não percebi que esse livro
só tinha um lado das páginas escritas.

No verso… nada havia.
Em algum momento, segui só.
Ao meu lado, apenas um fantasma
do que um dia foi nós.

Inserida por DrDimer82

⁠Jaine,

Talvez essa carta nunca chegue até ti.
Talvez fique apenas aqui — como um ponto final que eu precisava escrever.
Porque eu precisava entender você. E fui atrás disso, mesmo quando doeu.

Por muito tempo, tentei compreender tua instabilidade.
O vai e vem.
Os momentos em que tu dizia querer algo verdadeiro — como nosso casamento — e logo depois vinha a insatisfação, a amargura, a frieza.
Hoje, eu entendo:
Tu não tava tentando amar.
Tu tava tentando te encontrar.

Mas o problema é que tu procurava em espelhos quebrados.
Projetava uma versão tua que “merecia mais”, que precisava ser mais, e isso te fazia buscar sentido em roupas caras, relações por conveniência, joguinhos de validação, apostas virtuais…
Tu dizia que gostava de cuidar, que sentia prazer em ajudar o próximo — e eu acredito que esse lado existe em ti.
Mas, na prática, o que vi foi diferente:

Tua maior busca não era por amor. Era por posição.
Por status.
Por reconhecimento.
Por ser “mais”.

Tu queria ser a dona da clínica — mas faltava grana.
Então surgiram as apostas online.
Tu queria ser vista — mesmo sendo apenas funcionária.
Daí vieram as compras, as dívidas, o esforço de parecer maior do que era.
Tu queria saltar etapas, ter nascido com as possibilidades que outros tiveram — como a Fernanda, o Eduardo…

E pra alcançar esses objetivos, qualquer ponte servia.
Inclusive eu.

Fui o prêmio de consolação.
O objetivo principal era o advogado — o Matte.
Mas ele foi esperto, só quis te usar.
E eu… o Douglas apaixonado, sem amor-próprio, encantado pela menina de 22 anos, caí como um patinho na lagoa.

Foram seis anos assim.
Tu te aproximava quando eu era útil.
Te afastava quando eu virava espelho — quando te mostrava tua própria bagunça.

Foi quando comecei a me sentir usado que caiu a ficha.
E eu assinei minha demissão emocional.
Tu não suportou ver a verdade.
Por isso me descartou.

Eu vi quando tu quase voltou comigo — não por sentimento, mas pelo projeto da clínica.
Vi teus olhos brilharem — não por mim, mas pela chance de te igualar à Fernanda e ao Eduardo.
Vi teu desprezo quando disseste que eu só falava, que eu não tinha condições de montar nada.
Vi tua frieza quando bloquearam tua conta — e tu culpou todo mundo, mas esqueceu q um casal corre junto...
E vi o desprezo final…
Quando tu usou palavras pra me atingir como homem.

Vi tua admiração por mim diminuir quando eu priorizei minha família, quando deixei de lado o status pra estar com quem precisava de mim.
Ouvi várias vezes:

> "Te admiro como pai."
Pra quem amava como homem, ouvir isso era uma facada nas costas.


Hoje, 5 de julho de 2025, eu entendo.
E deixo ir.

Nunca foi amor.
Tu dizia o que era conveniente.
Mas no fundo... era um projeto.
E eu… eu não sou projeto.

Sou homem.
Sou presença.
Sou valor.
Sou coração.
E não me iludo mais com aparência, nem com o dinheiro dos ricos.

Doeu entender que o Murilo nasceu de um amor que só eu sonhava ver florescer.
Doeu perceber que eu me culpava por não te fazer feliz — quando, na verdade, nada te faria feliz.
Porque tu nunca quis o simples.
Tu queria o inalcançável.
Tu achou que eu era rico — e eu só era rico em amor.
Dei tudo o que pude. E isso… ninguém tira de mim.


Se um dia tu conseguir se olhar com coragem no espelho, talvez perceba:
Teu maior inimigo nunca fui eu.
Foi a ausência de ti mesma.

Talvez, aí, tu comece a cuidar de verdade.
Não dos outros.
Mas de ti.

E eu torço por isso.
Torço pra que um dia tu descubra o que o amor de verdade pode fazer com alguém…
quando ele é real. Quando ele é inteiro.

Mas por mim…
O ciclo termina aqui.

– DBD

Inserida por DrDimer82

⁠Se a primeira carta foi sobre sentimentos, esta aqui é literal.

É sobre o que ficou oculto, sobre o que não se viu — e sobre o que me custou.
Porque enquanto eu amava e me doava, tu amava ser amada e dava algumas migalhas só pra eu não reclamar...

Tu me prometeu que seria pra sempre. Uma promessa feita dias antes da cirurgia que paguei pra ti. Um “pra sempre” usado como moeda pra me convencer a bancar a tua autoestima — e depois, quebrado como se as palavras não tivessem valor.

E não foi só isso. Cada vez que eu demonstrava carinho ou vontade de te ver feliz, vinha um novo pedido. Roupas, tratamentos de beleza, cursos, cílios, ácido hialurônico íntimo... Tudo pra te ver bem. Mas, no fundo, era uma via de mão única.
Porque quando era a minha dor, a minha necessidade ou a minha tristeza… eu era visto como alguém que cobrava, que pressionava — e tua resposta era o desprezo.

Como quando eu adoeci.
Como quando tive o diagnóstico de hiperplasia prostática e ouvi apenas frases que me diminuíam.
Ou quando, na praia, te falei sobre como eu estava me sentindo... ou quando chorei no teu colo — e tu apenas me ignorou, como se eu fosse invisível.
Eu fui invisível... tantas vezes.

Até nos gestos pequenos, o carinho foi sumindo.
No início, eu te fazia carinho com as mãos, tu respondia com os pés.
No fim... nem isso.

As músicas que eu mandava passaram a ser ignoradas.
Palavras viraram respostas automáticas de stories.
Nos aniversários, tu postava mais fotos que palavras — sem tempo pra perder...

E ainda teve a manipulação.
Como aquele dia em que tu saiu do curso, eu fui te buscar, e tu estava num café com uma amiga — sem responder minhas ligações ou mensagens — apenas pra ver se eu ia surtar. Um jogo sujo pra testar meu limite emocional.

E como esquecer das exigências em relação à Isabella?
Tu exigiu que eu amasse ela como filha, mas nunca preparou ela pra me enxergar como pai...
Quando tudo terminou, eu não perdi só a ti. Perdi também a presença dela — e, pra ela, eu nunca existi de verdade.
Porque tu nunca me deu esse espaço.

No pós-término, o ciclo se repetiu.
Tu só se aproximava quando precisava de algo: dinheiro, ajuda, cuidado.

Mas o pior talvez tenha sido aquilo que nunca contei a ninguém:
a frase que tu disse sobre eu ser o pior que tu já teve na cama.
Depois daquilo, nunca mais fui o mesmo homem.
Nem fisicamente.
Nem emocionalmente.
Meu corpo travou.
Meu desejo travou.
Não consegui mais ter confiança — tuas palavras ecoavam na minha cabeça...
Minha autoestima... desmoronou.

E escrevo isso não pra cobrar.
Mas pra não esquecer.
Pra lembrar o quanto me custou amar alguém que me devolveu desprezo.

Essa carta fica como um recibo simbólico.
Pra que tu veja —
E pra que eu nunca mais esqueça
o quanto foi alto o preço de me entregar
pra alguém que só soube usar.

— DBD

Inserida por DrDimer82