Eu vejo alguns escritores falarem de... Edna Frigato

Eu vejo alguns escritores falarem de bens materiais como se tê-los fosse um crime, fosse feio, indigno ou proibido para quem quer ser feliz de verdade. Mas a realidade é que é o dinheiro que nos proporciona conforto, segurança e dignidade. Sem falar que ainda é ele que nos permite auxiliar quem por algum motivo sente na pele a sua escassez. É o dinheiro que nos possibilita ajudar quem perde tudo em catástrofes ambientes, casas de repouso, creches, orfanatos, ONGs que cuidam de animais abandonados. É com dinheiro que se constrói escolas. É a escola que constrói conhecimento e com raras exceções só com conhecimento é possível mudar a vida e o futuro de nossas crianças. É o dinheiro que financia pesquisas na área da medicina, do meio ambiente, da pecuária e da agricultura. Ainda é o dinheiro que traz uma vida com menos dor para milhões de pessoas que possuem doenças raras. Sem dinheiro seria impossível dar assistência pré-natal, pediátrica, creche para pais que precisam trabalhar colocarem suas crianças. Sem dinheiro todo sistema de vacinas estaria comprometido e muitas crianças jamais chegariam a idade adulta. É o ideal? Não! Ainda falta muito para que a maioria da população viva com a dignidade que merece. Mas a minha esperança em dias melhores não morre. Então, não venha demonizar o dinheiro e insinuar que as pessoas só serão felizes sem ele porque isso é a mentira mais deslavada que conheço. Sem as mínimas condições de sobrevivência ninguém pode ser feliz. Sem as condições básicas de moradia, transporte, saúde, alimentação e principalmente educação ninguém pode ser feliz. Nenhum pai que vê a comida faltar na mesa do filho pode ser feliz. Nenhum pai que vê o filho morrer sem assistência médica pode ser feliz. O dinheiro compra tudo? Não compra, mas todas as pessoas deveriam ter o mínimo que lhes permita uma vida digna. Dizer que dinheiro não traz felicidade é a forma mais feia que há de justificar a distribição desigual de renda que temos. Eu diria que é possível ser feliz com uma condição financeira modesta, mas sem as mínimas condições de sobrevivência ninguém pode ser feliz.