Quando se tratava de escolher, ela... Vicky Forgiarini Vargas

Quando se tratava de escolher, ela nunca me disse o que fazer.
Em vez disso, me olhava com aqueles olhos que sabiam mais do que diziam,
e me pedia, com doçura e firmeza:
“Seja grata. Por cada escolha que você fizer.
Porque eu nem sempre tive esse privilégio.”
E eu entendi.
Entendi que sua vida foi costurada entre deveres e silêncios,
que muitas das portas que hoje eu atravesso
foram abertas pelas mãos calejadas que ela não usou para si.
Ela fez caminhos para mim — e ficou.
Ficou atrás, para garantir que eu fosse adiante.
Minha mãe não teve todas as escolhas.
Mas me deu todas as minhas.
E, por isso, cada decisão minha carrega também o nome dela.