O Deus Que Se Revela: De Abraão a... Lucielton de Araujo...

O Deus Que Se Revela: De Abraão a Jesus
Em Gênesis 18, quando Abraão se curvou para os três homens, sua atitude demonstrava reconhecimento de que um deles era Deus. Se fosse na plenitude de Sua glória divina, Abraão teria caído em terra, sem controle, como aconteceu com João em Apocalipse 1:13-17 ao ver o Filho do Homem. Curvar-se é um ato de consentimento, enquanto cair em terra é a reação avassaladora à santidade pura.
A Manifestação de Deus em Forma Humana
A Bíblia afirma que Deus é espírito, sem forma física. Contudo, Jesus Cristo assumiu a forma humana para se aproximar da humanidade e purificá-la do pecado. A passagem de João 1:14, "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai", é a prova disso. Deus fala no plural em Gênesis 1:26, "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança", sugerindo a pluralidade na unidade divina.
O Filho do Homem: Jesus Cristo
Em Apocalipse 1:13, a descrição do Filho do Homem é impressionante: vestido de roupa comprida, cingido com cinto de ouro, com cabelos brancos como a neve, olhos como chama de fogo, pés como latão reluzente, voz como a de muitas águas, sete estrelas na mão direita, uma espada de dois fios saindo da boca e rosto que brilha como o sol. Essa imagem ecoa a descrição de Deus em Daniel 7, como o "Ancião dos Dias" com vestes e cabelos brancos.
A expressão "Filho do Homem" é um título que Jesus Cristo usava para se referir a si mesmo, ligando-se profundamente à humanidade e cumprindo profecias. Sua capacidade de se tornar homem, assim como pode criar o homem do pó, mostra que Deus não tem limites. Se Satanás pode se transfigurar em anjo de luz (2 Coríntios 11:14b), Deus, que é todo-poderoso, certamente pode se manifestar em forma humana.
Jesus: O "EU SOU" e a Unidade com o Pai
Sua fé na Trindade – um só Deus em três pessoas – reflete a crença em um Deus sem limites. Jesus afirmou ser "EU SOU" em diversas ocasiões, como em João 4:26 ("Eu o sou, eu que falo contigo") e em outras sete vezes no Evangelho de João. Esse título remete diretamente a Êxodo 3:14, onde Deus se revela a Moisés como "EU SOU O QUE SOU", indicando que Jesus estava se igualando a Deus.
Quando Jesus perguntou aos discípulos "Quem dizem os homens que eu sou?", e Pedro respondeu "Tu és o Cristo", a divindade de Jesus começava a ser revelada. A afirmação "Eu e o Pai somos um" em João 10:30 não anula as identidades individuais, mas expressa uma unidade essencial. Já em Lucas 18:18-19, ao dizer "Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é Deus", Jesus reforça a divindade de Deus, ao mesmo tempo em que se posiciona como o Filho do Homem, totalmente humano e totalmente divino.
A promessa em Apocalipse 1:18, "e aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno", revela a soberania de Jesus sobre a vida e a morte, confirmando Sua natureza divina.