Tem silêncios que me agridem e barulhos... Francisco Brito

Tem silêncios que me agridem e barulhos que me curam.
Nem todo silêncio é paz. Alguns silenciam o que deveria ser dito e nos ferem mais do que qualquer palavra mal dita. É o silêncio da ausência, da indiferença, do não dito que pesa. Ele não acalma — agride, porque o ser humano precisa do som da presença, da comunicação, do afeto.
E há barulhos que, ao contrário, nos curam. O riso de alguém querido, a música que toca fundo, o som da chuva ou do cotidiano que nos ancora no presente. Esses ruídos nos lembram que estamos vivos, conectados, amados. Eles têm o poder de ser abraço, consolo, recomeço.
A sabedoria está em perceber que o valor não está no silêncio ou no barulho em si, mas no sentido que damos a eles. Alguns silêncios são muros; alguns barulhos, pontes. É preciso escutar com o coração para saber a diferença.
@brito.bc