“Quando o Tempo e o Amor se... Sezar Kosta

“Quando o Tempo e o Amor se Perdem”
por Sezar Kosta
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Há momentos em que o tempo escorre —
não como inimigo, mas como rio que não se detém.
E o amor, por vezes, se cala —
como se esperasse, do silêncio, a resposta que nunca veio.
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O tempo não julga: apenas passa.
Leva os encontros que hesitamos,
as palavras que se perderam na curva do medo.
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O amor, esse alquimista inquieto,
arde e apaga, sopra e acolhe,
pedindo apenas que o deixemos ser:
inteiro na entrega, livre na partida.
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Entre um e outro, estamos nós —
navegantes em mares que não cessam,
ora movidos pela pressa,
ora ancorados pela dúvida.
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Mas a vida, essa mestra paciente,
sussurra que não há vitórias no atropelo,
nem derrotas na espera.
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Faltou tempo? Talvez.
Faltou amor? Talvez.
Mas o que resta é o instante que floresce,
como uma pétala que se abre só para quem tem olhos de ver.
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O agora é o único lugar
onde o tempo e o amor se despem,
onde o toque tem valor eterno,
e o recomeço é um gesto sagrado.
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Sou aprendiz dessa dança sutil,
e descubro — sem pressa, sem medo —
que o infinito cabe num instante.
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Porque tudo é possível
quando se escolhe, de novo, amar.
E esperar.
Sem garantias, mas com fé.