Reflexões perdidas: O Absurdo que... Hugo de Almeida Alves
Reflexões perdidas:
O Absurdo que há em mim?
Durante minhas três décadas de vida, sempre busquei respostas lógicas para a minha existência, algum papel, algum significado… Conheci e frequentei várias religiões, Budismo, Católica, Messiânica, Umbanda, mas algo sempre me fazia questionar, pois apenas o silêncio opressivo me cercava. Mesmo me dedicando em busca um retorno Divino, era a minha voz que eu ouvia em minha mente. Era o Suicídio Filosófico de Camus na prática ou nas palavras de Marx, o uso exagerado do “...ópio do povo”. Eu nunca acreditei, sempre fui ateu, mas buscava respostas para esse horizonte que pudesse explicar meus sofrimentos humanos. No Marxismo, comecei a entender que a busca deve ser através da materialidade, contudo, mesmo me tornando um comunista radical, o concreto ainda não me trazia o que buscava por muitas vezes nos reduzir a história. Contudo, foi nesse processo que entendi que a vida é uma entrega ao desconhecido. Entendi que a vida é uma piada cósmica e que tentar racionalizar o que não pode ser entendido é nosso maior erro. É isto, a vida não tem sentido, todas as formas de significação que damos a ela não passa de construções da mente humana. Não existem valores universais, não existe destino ou um plano divino, o que existe é a incerteza do agora. A vida é Absurda! A irracionalidade e a falta de sentido na vida, o Absurdo de Camus, não pode ser negado, desta forma, escolhi viver o Absurdo intensamente. Mesmo diante da incerteza da existência, aprendi que, viver de verdade é aceitar que a razão tem limites. O mundo sem significado é uma forma que podemos existir no presente, sentir a vida no presente, se dedicar ao hoje e agora. Quando nossa vida possui um tempo limitado, assim como nossas percepções, conseguimos viver profundamente, aproveitando ela ao máximo. Revoltar-se diante do Absurdo é aceitável, isso é pensamento e ação, pois não podemos deixar de buscar a liberdade em um mundo cheio de ideias que nos aprisionam. Viver uma vida absurda, não é deixar de pensar no que vem amanhã, apenas viver com indiferença ao que ainda não aconteceu. Uma experiência lúcida do que ocorre no presente e se entregar a ele.