A Armadilha Emocional Disfarçada de... Manuel Nhassengo

A Armadilha Emocional Disfarçada de Conexão
Nem toda presença que aquece é abrigo. Às vezes, o calor vem de uma fogueira que arde lentamente, consumindo-nos por dentro enquanto sorrimos por fora. Em tempos em que ansiamos por conexões autênticas, nos tornamos vulneráveis a laços que parecem verdadeiros, mas que, na essência, nos sugam em silêncio.
A armadilha emocional não se apresenta com correntes ou grilhões. Ela chega com palavras doces, mensagens constantes e o disfarce do "cuidado". Mas, pouco a pouco, revela-se como uma prisão disfarçada de companhia.
Somos ensinados a valorizar quem "se importa", mas nem sempre questionamos de que forma esse cuidado nos é oferecido — e a que custo.
A conexão verdadeira liberta. A armadilha emocional prende. E, entre esses dois extremos, há uma linha tênue que, muitas vezes, só enxergamos tarde demais. Ela começa com a sensação de ser visto — realmente visto. Como se, enfim, alguém conseguisse atravessar todas as camadas e tocar o que há de mais íntimo em nós. E é exatamente aí que mora o perigo: na ilusão de ser compreendido por completo.