O nosso abraço era lar (por Diane... Diane Leite

O nosso abraço era lar
(por Diane Leite)
Não importava o que acontecia lá fora.
Podia ser morte. Ruína. Doença. Traição.
Podia o mundo estar caindo em pedaços sobre nossas cabeças —
mas bastava um abraço.
Um.
E tudo silenciava.
O tempo parava.
O corpo descansava.
E a alma…
a alma dançava em paz.
Não era sobre rótulos. Nem promessas.
Era sobre reconhecimento.
Aquela sensação rara — quase impossível — de estar exatamente onde se deveria estar.
Como se nossos corpos fossem feitos um para encaixar no outro,
não por carência, mas por memória antiga.
Nosso abraço era refúgio.
Era altar.
Era abrigo do que o mundo não entendia,
do que os outros julgavam,
do que a gente próprio não sabia explicar.
Talvez a gente tenha se perdido.
Talvez nunca tenha dado certo.
Talvez tenha sido caos, confusão e cicatriz.
Mas aquele abraço…
Ah, aquele abraço…
foi verdade.
Foi inteiro.
Foi lar.
E por isso, mesmo que não sirvamos um ao outro como amor duradouro,
servimos como lembrança do que o amor deveria ser.
Que outros encontrem o seu lar assim —
não em promessas vazias,
mas no silêncio sagrado de um abraço que para o tempo.