Na velha infância, tempos de encanto... Isis Porreca

Na velha infância, tempos de encanto e medo, 
Onde o sol brilhava, mas havia um segredo. 
Histórias contadas com voz grave e segura, 
Revelavam um mundo de sombra e ternura.
Lá no bosque, o lobo mau espreita, 
Com seus olhos famintos, a ameaça é perfeita. 
Mentiras e contos de fadas nos guiavam, 
Com promessas de perigos que nos amedrontavam.
O medo nos moldava, a moral se construía, 
Com cada mentira, uma lição nos surgiria. 
A manipulação camuflada em fábulas antigas, 
Comelhava o pequeno a seguir regras e formas.
Na luz tênue da infância, o lobo era real, 
Um fantasma dos contos, um aviso afinal. 
Mas crescemos e vemos além da trama, 
O medo e as mentiras, agora, perdem a chama.
Lembramos da velha infância com um sorriso e um olhar, 
Entendendo que as sombras ajudaram a formar. 
E na liberdade da verdade, buscamos entender, 
Que o lobo e as mentiras eram só o começo de aprender.
 
 
 
 
 
 
