⁠Nascem-me das mãos madrugadas de... Célia Moura

⁠Nascem-me das mãos madrugadas de afronta, enquanto do meu ventre gritam araras em agonia No lagar da morte aprecia-se o vinho enquanto gemem os dias absurdamen... Frase de Célia Moura.

⁠Nascem-me das mãos
madrugadas de afronta,
enquanto do meu ventre
gritam araras
em agonia

No lagar da morte
aprecia-se o vinho
enquanto gemem os dias
absurdamente iguais
mordendo pétalas,
as mais belas.

Nasce-me dos olhos
a fome com rosto de meninos
mas é em becos sorridentes
onde meu fado habita
que a morte se esgueira
expande, agiganta-se
num leito de beijos.

Nascem-me das mãos
madrugadas de afronta,
mas é na face uterina da noite
que se incendeiam os dias
e nessa luz imensa
acalma-se a agonia
deste meu ventre de pranto