Da própria desgraça... O povo faz... Sandro Paschoal Nogueira

Da própria desgraça...
O povo faz graça...
Esconde seu rosto ...
Atrás de uma máscara...

É Pierrot... é Colombina...
Melindrosa na esquina...
Vestindo a alma sorrateira...
Tudo se acaba na quarta-feira...
Mesmo que ainda não queira...

Vestidos coloridos...
Corpos retorcidos...
Ao som de músicas alegres...
Copos cheios...
Desejos...

Um brilho se faz...
Contumaz...
Nosso verdadeiro desponta...
Na cabeça que gira...
Na alma vazia...
No corpo que clama...
Da sofreguidão a chama...

Nessa hora tudo é querer...
Mesmo sem poder...
É lícito...
Será que me convém um gemido?

Façamos de conta que tudo vai bem...
Seus confetes e minhas purpurinas...
O quarto não tem paredes...
A cama lama...
Sem carência de malícia...
Aonde deixei minhas plumas?

Tanto tempo no vai e vem...
Que continuo à deriva...
Subindo e descendo...
Já não sou nada...
Já não sou ninguém...

Breve, forte, verdadeiro...
Amor de tempestade...
Foi consumado...
Trouxe felicidade...

#É #carnaval...
Não me leve a mal...

Sandro Paschoal Nogueira