“Eu procurar-te-ia mesmo sabendo que... José Mega Cassoma

“Eu procurar-te-ia mesmo sabendo que não te acharia
Eu amar-te-ia mesmo sabendo que jamais me amarias
Por ti, eu seria um santo mergulhado num poço de pecados
Eu seria o que não quereria ser
Deixaria o meu presente para te ter para sempre no futuro
Sem ti, eu não sou UM nem mesmo ZERO à esquerda,
tu és a minha condição sino qua non...
Sem ti, eu sou Ninguém
Eu sentiria toda a dor possível, seria o rei dos masoquistas...
Não te quero perder.”

Eu escrevo compulsivamente...
Não durmo nunca! Porque todas as vezes que tento ceder ao sono, a primeira imagem que aparece é a dela.
Perdi a noção de manhã, tarde e noite; a minha mente tornou-se atemporal. Tenho piedade de mim!
Desde que a conheci, deixei de ser quem eu costumava ser. Nem mesmo sei se ainda sou alguém.
A minha vida agora é resumida no que sinto por ela; nesta história ela é a protagonista e eu, um mero figurante.
Quereria tanto a esquecer e mentir para mim mesmo o quanto a odeio; mas na verdade, nada do que disse corresponde à verdade, porque apesar de não houver sinergia sentimental, ainda assim, é a melhor coisa que aconteceu em toda minha vida. Como o coração suporta tanto antagonismo?!
Graças a ela tornei-me num poeta. Será que todo poeta é fruto de um coração partido? Eu não me arriscaria em responder por todos, mas eu, sou.
Cientificamente eu sou esquizofrénico, sociopata, misatropo, mas sentimentalmente, eu sou louco por ela.
Diferente de muitos que usam a escrita para esquecer de um amor, eu uso-a como meio de viver o meu amor impossível.
Parece ser uma maneira bastante pueril e insana de viver, mas não existem outras formas de dar vida a esta mulher. Pois ela é fruto da minha imaginação.

ALÉM DE MIM