O SOPRO DE DEUS Entre braços ardentes... Rodivaldo Brito

O SOPRO DE DEUS

Entre braços ardentes fui criado ,
Embalado no bater do coração,
Ensinado no refrão das canções de ninar,
Educado com o carinho da tua atenção!

Quando o vento soprava gelado,
E meu corpo gemia na escuridão,
Meu refúgio era o calor do teu abraço,
Abrindo os braços, quando eu nem sabia apertar as mãos.

A verdadeira imagem de quem me quer sem limites,
De quem sempre teve cuidado de mim,
Que após tanto tempo, ainda admite,
Foi entre lágrimas que eu cresci!

As lágrimas que abriram o meu sorriso,
As lutas que me deram sobrevida,
Os trapos que fizeram os meus vestidos,
As rugas que me preparam para a vida!

Que ninguém ouse perguntar o nome desta mulher,
Porque não sei se conseguirei responder,
Nunca vi ninguém com tamanha fé,
Dar tanto pra alguém sem nada receber!

Não há como comparar o seu valor,
Essa dádiva que o Senhor me concedeu,
Porque eu não tenho resposta pra tanto amor,
O sopro de Deus, que é minha mãe!

Rodivaldo Brito em 12.05.1985