No final da mente achou o que sente... Anne Tavares

No final da mente achou o que sente
Feliz a mente a espera finda
Inda, inda, meu amor
A energia do teu lado
Fala dos transpassados passados
Brincando na máxima dos poetas
Poesia, rima, som e cor
Clamor, na pele linhas
Riscadas, puxadas e raiadas de agora
Admirada brincando na aurora dos dias
Olha lá!
Se vão as horas...

Dessa nossa poesia
Dos nossos destinos curvos
Outras vidas
Caminhos tortos
Ah, espera! Finda! Finda!
Vazam mais águas ainda
A historia toda em um dia
E nas mil noites derramadas
Estrelas, astros, amadas
Pra finalmente achar como sente
Plagiando Graça Nascimento ou Pessoa
Digo que amor de poeta mente
É vez das três margaridas de Ave Sangria
Euforia amor, euforia!
De tanto que eu dizia
A duvida desdentada mordia

Ei, espera, finda por favorzinho
Vejo o aconchego do ninho
Chego no teu beijo, caminho
Como uma prece
Vou escrevendo todo verso que desce
Reencontros magistrados
Pedidos resgatados
Rotineiros e esculpidos
Amores e amados
Batente branco do teu terreiro
Delírio, casa devaneio
Guarda a semente vermelha
Da margarida que centelha
Fugindo vinda do sonho
Eita espera finda do reencontro!

Bambos, tontos, intoxicados
Fugindo apaixonados para outra ida
Vida, bem que a gente pode
Se pendurando em palavras e acordes
Viajar no vento do teu berço
O terço de Maria me pede
Meu amor vai indo, indo ainda
Deus que espera linda!
Que instante infinito
Eita espera, tu finda? Finda....

O coração derrete na chama
Clama e deságua ainda
Onde não se vê maldade
O amor é verdade
Deita na cama branca e ama
E vem, minha vida, finda.