TROFEU NARIZ DE PALHAÇO Em alguns... Armando Moro

TROFEU NARIZ DE PALHAÇO

Em alguns momentos, não em todos,
temos uma forte tendência de acreditar em tudo,
principalmente no grande vilão dos relacionamentos, o amor.
Essa tendência, normalmente nos leva a ficar vulneráveis,
e a acreditar em tudo que nos é falado, principalmente,
se o discurso parte de quem nos é caro.
Salta os olhos então, como se estivesse diante do grande público
dentro do picadeiro, encantado, com a graça
e inocência do palhaço, e por que não dizer
para os mais críticos, aqueles que vão no dever
de acompanhar, a idiotice estampada
naquela cara colorida, o riso constante de quem está feliz.
A roupa cheia de laçarotes estapafúrdios
com cheiro de suor de tantas apresentações consecutivas.
Cabe a esses que acreditam demasiadamente,
Utilizar como troféu na ponta do nariz
a grande bola vermelha, que lhe dá um quê de
bobo da corte, disposto a alegrar a plateia que o cerca.
Sim, é apenas mais uma etapa do grande espetáculo,
e novamente, pronto pra ser motivo de chacota
se veste mais uma vez para o show de horrores.
Acredito, sem sombra de duvida, que as pessoas mais
infelizes do mundo são os palhaços, que de forma
instintiva, desesperam-se na intenção de fazer feliz.
E depois do show, com as próprias lágrimas fazem
escorrer a maquiagem espessa, pra então cair em si,
e descobrir que a vida não tem nada de engraçada.
Valentina Fraga


Valentina!!!

Em alguns momentos, não em todos
Temos o dever e não o direito de acreditar
Em tudo o que as pessoas nos falam
E principalmente as pessoas de relevância.
Essas pessoas são as que nos fazem
Ao longo da vida entendermos
Os sentimentos como um grande
Picadeira e na verdade um verdadeiro show.
Não devemos atribuir ao amor tudo aquilo
Que o cerca e o que carrega consigo
Em sua intensidade, seja
A tristeza por detrás do
Vulgo palhaço feliz,
Seja a solidão em uma apresentação
Dramática de mímica de alguém que
Sozinho se expressa.
Seja na doma das feras do ciúme
Na doma da intolerância,
Da possessividade, do descontrole.
Seja no malabarismo dos passos
Em corda bamba para com responsabilidade
Não ferirmos a quem entregamos sentimento.
Seja como mágicos que entre os dedos
Fazem diabruras e nunca desconfiamos
Como conseguem tal efeito e hipnotismo
O que importa de verdade é que nesse
Picadeiro da vida, nós somos os
Donos do circo e ali se apresentam
Os shows que permitirmos.
Prefiro ser qualquer um dos acima,
Inclusive o palhaço, só não quero
Me divertir ou chorar como expectador
E não fazer nunca parte do show
Que o amor proporciona.

Armando Moro