Minh'alma estás perdidamente inundada... Erika Gasbarro

Minh'alma estás perdidamente inundada em prantos
Os limites afloram a liberdade das culpas e medos
E esta escuridão sufoca-me na sucumbência em viver
Meu coração sangras d'entre um vasto e vazio infinito

Quero correr...
Quero gritar...
Quero voar...

Pareço-me uma árvore enraizada e presa ao chão
Não consigo falar-te o quanto e como o desejo
Minhas asas migraram sozinhas à me abandonar

O céu escureceu em um tempestuoso e forte vendaval
Senti um gélido calafrio percorrendo as minhas entranhas
Ela surge dançando, vestida de ouro e ri levando à todos

Tento fugir e salva-te desta horrenda criatura cruel
Tento enganar esta loucura entrelaçada no tempo

Tento... tento... tento... tento...

Meu coração estás pulsar acelerado e não consigo respirar
Fecho os meus olhos e minh'alma desvairada luta por viver

Não, nunca irei desistir
Não vou abandonar-te

Surgem espelhos, luzes, raios e reflexos
Procuro-te neste labirinto de escolhas

Na tentativa desesperada, vou abrindo portas erradas
Caindo repetidamente nos precipícios mais cruéis e mortais

Eu luto o tempo todo
Em algum elo perdido
Encontro forças e respiro
Eu abro os meus olhos

Deparando-me em um infinito vazio
As lágrimas escorrem minha face

D'entre todos os reflexos eu vejo
Uma criança perdida e sozinha

Vejo uma mulher linda porém, vazia
Um medo desesperador invade-me

Pergunto aos reflexos o que há de errado
Eles me perguntam com uma gélida voz:

- O que tanto buscas dentro deste labirinto de escolhas?

Em prantos eu volto no tempo
Vejo você chorando sozinho
Quero te tocar e te abraçar
Mas, eu não posso mais

Desesperadamente eu respondo aos reflexos:

- O meu amor perdido, é a única coisa que busco

Então, abre uma porta e você sorrindo aparece-me
Eu corro em sua direção para poder lhe abraçar
Você me abraça e lágrimas inundam seus olhos

Você me diz com uma voz suave:

- Chega de perde-se com medo no tempo
- O medo não faz bem para ninguém.
- Vai viver...
- Eu te amo
- Eu quero você feliz.

Voce me abraça...
Beija minha testa...
Beija minha face direita...
Beija minha face esquerda...
Beija meu queixo...

E me beija na boca.

Eu viajo no tempo, nas luzes e reflexos

Você me solta sorrindo e desaparece na luz.

Então, compreendo as minhas escolhas e o medo
Os quais fizeram-me um labirinto de escolhas

Um labirinto onde lhe perdi.