Trilhas da Vida Quem se dispõe a fazer... Ligia Tosetto do Prado

Trilhas da Vida

Quem se dispõe a fazer uma trilha, percorre paisagens e lida com subidas e descidas. Percorre um caminho com a promessa de que encontrará um belo lugar ou uma bela vista. Observa a natureza de seus passos e ao seu redor. E tem a chance de ouvir seus pensamentos em cada um deles.

As subidas te fazem questionar se esse ou aquele objeto era mesmo necessário na mochila. Te fazem pensar por que não se dedicou tanto aos exercícios físicos em sua vida diária. A subidate deixa sem ar e você percebe como você respira mal. Respirar dá grau? Na mata, a paisagem é verde. Verde. Verde. Verde. Eu já vi tanto verde antes? Quando as flores aparecem suas cores tão mais intensas te prendem o olhar.

Pisamos em solo batido. Terra já tantas vezes tentada por tantos outros seres. Pensamos em todos que por ali passaram? Na descida, o corpo agradece. Sabe como é o ditado ne? Todo santo ajuda! E ajuda mesmo. Às vezes ajuda tanto que você embala e tropeça na escada.

Depois de um tempo o corpo pode facilmente entrar no automático, você eventualmente esquece onde está e volta pro domínio da mente. Sobe. Desce. Continua. Atravessa. Você ainda esta ali naquele cenário? Podemos nos questionar. Por que eu vim? Reclamar. Tô cansada. Mas sempre lembramos da promessa do lugar. E continuamos.

Na vida é mais ou menos assim.

Nos propomos a caminhar. Às vezes, a trilha já está dada e mesmo assim o caminho nos apresenta dificuldades, altos e baixos. Uma série de desafios são colocados. Continuamos diante de uma promessa. Vai valer a pena. Lembramos da imagem. Contamos com a sensação.

E quando a trilha não é dada? Cabe a você abrir espaço, bater o solo e percorrer um caminho nunca antes proposto. Você vai passar pelos mesmos desafios de uma trilha de solo batido.

E um a mais: você não sabe qual paisagem vai encontrar.