A solidão acompanhada de glamour Tenho... Alexandre Santos

A solidão acompanhada de glamour
Tenho vista pessoas lindas sozinhas. E não estou falando de acompanhadas! Até podem estar repleta de outras pessoas ao seu redor, mas isso não muda a sua solidão interior.

Se fosse um poema começaria assim:

Mas não amou tanto

Ela até viajou muito. Ela viveu como quis. Pulou de paraquedas, viu o mar de navio, dançou balé clássico, saboreou todos o vinhos da casa do Porto, comprou seus melhores vestidos (...)

É um cheio repleto de glamour sem resposta. É um continuo motivo de sair de casa ver outras pessoas, escutar música, mas não se enturmar e nem conversar. O que resulta em celular na mão e uma fuga. O que fez culminar até este ponto?

Eu não sei! Mas pretendo diluir as nossas falhas.

Escolhemos tanto, que não percebemos que fomos nós agora os preteridos da vez. Acontece sempre na vida isso. A beleza é um fato importante apenas para o espelho e para o ego. Se não alimentamos o nosso conteúdo como pessoa, a vida cobra essas carências.

Decidimos que agora somos bons demais, para dar atenção a qualquer um. Só não entendemos que quem decide a sua importância ou não são os nossos atos e como as pessoas nos percebem.

Lógico que nem todo mundo liga porque está sozinha. Até se curte e curte com boa desenvoltura o estado de solteira sim, e daí? Não é ruim, muito pelo contrário, nos da permissão para se descobrir pontos em que somos fracos, sem a desculpa de deixar que outro resolva por nós.

Más, nem falo disso: a verdadeira solidão de toda alma é latente nos olhos. Somos um ser carente de toques. E não é todo toque e nem toda pessoa. Porém, famintos por uma dieta de amor imposta, nos colocamos às vezes fora da realidade. Acreditamos que nós temos todas as respostas. E não temos! Ninguém tem, porque a vida não é bula de remédio; o que me serve de cura, não servirá para mais ninguém – contudo há de se entender as contraindicações, nos pormenores avisos e linhas em que foi emitido - Atenção: Use com moderação ou acabará só por não ser prestável para mais ninguém. De tanto se achar importante, de tanto cultivar as escolhas, como se fossem raros frutos que dão apenas em nossas árvores e por tantos outros erros em que também estivemos presente, colhemos os efeitos colaterais dessa conduta.
Talvez aquela linda mulher que circulou e distribui sorrisos, dançou, acenou para uns e outros; estivesse ali, mas de fato longe de corpo e alma. Sorriu porque só tinha essa arma como controle. Dançou para não responder “às perguntas”, acenou para uns para ser educada e evitou outros para não se tocada.
Ela encontrava-se cercada de pessoas, mas nenhum faria tanta falta.

É... A gente escolhe e recebe.
Grita-se e não se escuta!
É um som abafado sem volta. Ela desfilou cheia de glamour. Ela circulou na pista das mudanças. Ouviu todas as musicas que a tocaram bem perto, mas ela assim mesmo preferiu se armar a ser amada.