CISMAS Quantas vezes penso no tempo em... ROLDÃO AIRES

CISMAS

Quantas vezes penso no tempo em que passei tentando de ti
me aproximar.
Foram meses, às vezes me cumprimentavas sorrindo, e isso à
mim fazia ficar mais confiante.
Em outras, apenas olhavas,e com os lábios a mim cumprimentavas,
isso me desanimava.

Assim o tempo foi passando, e eu de ti não conseguia esquecer,
eras constante em meu pensar.
Um dia criei coragem, passei por ti e diminuindo o passo, ao teu
lado fiquei.

Cumprimentei, e iniciei uma conversa da qual, não lembro mais o
assunto, de tão nervoso que estava.
Mas fostes simpática, o teu sorriso era mais lindo do que eu imaginava,
teus olhos tinham um brilho diferente, que eu nem pensava.

Dali em diante, nossos encontros , passaram a ser diários,
e então vieram os convites,passeios foram feitos, até eu me declarar
por inteiro, contando todas as dificuldades minhas, em perto de ti chegar.

Abismado fiquei, quando me disseste, que de a muito, por mim, te interessavas,
mas que o meu ar sério à ti desanimava.
Assim, juntamos as nossas falsas cismas, passamos a nos querer mais
ainda, hoje o que mais fazemos é nos amar.

E quando alguma coisa vem ao pensamento, um beijo longo com amor dado,
afasta toda as ideias do passado, e ainda nos amamos mais.

Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil