Crônica do amor sombrio. (...) Nem... Alexandre Santos

Crônica do amor sombrio.
(...) Nem sempre gostar é uma resposta fácil de se responder
Nós gostamos de quem gosta da gente;
Nós nos apaixonamos por quem nos trata bem;
Nós casamos por amor.
Desculpa! Más nem tudo é tão cinematograficamente assim. Construímos mitos sobre o amor, ao longo dos anos, como uma forma de satisfazer as nossas vontades. Tentamos nos SALVAR DE NOSSAS ESCOLHAS COM O LÍRICO.
O que nos faz procurar em outras pessoas esse sentimento, nada mais é do que um reflexo. Um espelho de coisas que estão enraizadas na gente.
E esse reflexo, às vezes não é bom, porque coloca à tona coisas que fazem parte de desejos ocultos não revelados. Fantasias sexuais. Desejos reprimidos. Ou necessidades que não foram exploradas. A gente pensa que é uma pessoa sã da cabeça, até depararmos com alguém que nos revela de fato quem somos. Pergunte ao casal Bonnie e Clyde. Acha que é exceção? Vai se deparar ao longo do tempo com muitas coisas que não vivem pelas regras do amor lírico.
Nem sempre gostar é uma resposta fácil de se responder. Nem sempre acabar, depende uma vontade nossa.
Muita gente ama o outro, pelo poder que ela tem de mudar quimicamente e emocionalmente você, nem tanto pelo que ela diz e faz, o que contradiz todo o bom senso. O bom senso nos diz que é imoral e degradante.
E nos faz perguntar: "Por que ela ou ele estar com aquela pessoa ainda?"
- Porque ela ou ele reflexiona no outro, tudo que ela não tem coragem de fazer sozinha.
A outra é quem queremos ser. Ou a outra é quem detém a chave liga / desliga do nosso lado oculto.
Um fato doloroso de se absolver. Talvez por isso, tantos e tantas entram e saem de relações, sem conseguir ficar. As palavras de amor, ditas por quem não tem esse poder de mudar, de vasculhar seu interior e trazer à tona essas coisas; são insuficientes para ficar. Os atos, em si não significam tanto.
E, portanto, não figuram como amor. Enquanto não descobrimos quem somos, e como queremos, deixaremos sempre uma porta aberta para o inevitável. O desconhecido mundo escuro de nós mesmos.