ANO NOVO - Por Sueli Souza Pinto. Não... Sueli de Souza Pinto

ANO NOVO - Por Sueli Souza Pinto.

Não gosto de andar pra trás à moda dos caranguejos.
Há quem goste dos caminhos mil vezes por mil seres repisados.
Eu penso a vereda que não sei, que não vi, que não trilhei.
Tenho nostalgias doloridas e felizes. Um amargo de jiló e um doce na boca.
Tenho passado fome de afetos. Abraços, olhares dos meus queridos
que em longe não posso ver. Necessito mil vidas para cumprir meus propósitos.
O bulício de formigueiro não me atrai.Quero o solitário canto do pássaro,
na mais imensa floresta, no mais alto galho da maior árvore, da mais longínqua ilha.
Para me reabastecer, reenergizar.
Sou loucamente zelosa de meus afetos.
Pari um filho, feito com amor aos 23 anos de minha juventude.
Sempre ganhei a vida com meu suor.Menti. Menti por piedade. Senti vergonha alheia.
Porém nunca disse mentiras porque sim.
Tenho viajado de trem, avião, carro, a pé. A maioria não o consegue.
Tenho rezado muito. A maioria não vai à mesquita, à sinagoga, ao templo, ao interior de si, aos feiticeiros.Nem sequer ouviram falar de Deus. No entanto, não vou aos lugares onde vai a maioria...Permito, porém que leiam meu futuro nas cartas de tarot,
e rio disso. Meus escritos estão por aí, nas mãos e mentes dos que os apreciam.
Ainda não tenho câncer. Tampouco gostaria de tê-lo.
Perto dos 50 anos me casei e sou feliz por tê-lo feito.
Posso afirmar que tenho vivido, como uma mulher com ânsias pelo que me falta viver.
O que poderá ainda me acontecer? Quem sabe? Eu não o sei!