Suas palavras não tinham a intenção... Mary Princess

Suas palavras não tinham a intenção de serem ásperas, porque nem sequer foram, nem mesmo um adeus foi dito, até mais ou um simples tchau. Parecia não ser aquele fim tão conhecido, tinha ares de começo, de um abraço apertado. O ocioso orgulho gosta de tirar sarro da alegria, criando confusões para atormentar uma alma perdida que procura não apenas as chaves de casa, mas o caminho, em suma; um lugar onde possa se sentir acolhida. A tristeza se incomoda com os sorrisos, sabe que a lágrima não lhe ameaça, por isso é de se compreender que estejamos separados um do outro e eu sinta a cada dia que passa essa distância atordoando os meus passos fracos para lugar nenhum. Você apenas queria ser indiferente, ser mais forte que o medo da entrega, da sinceridade que se desnuda junto aos corpos, tornando o prazer uma linguagem extensiva ao afeto, a própria e nobre continuação dele, de nós, daquilo que compartilhamos fazendo da realidade um sonho a dois, um projeto amigo, um roteiro sem diretor, conduzido pelas nossas mãos trêmulas, nossos lábios sedentos por mais do outro, e mais de nós... Se você soubesse quanto medo eu tive, quanto tempo demorei para aceitar os meus sentimentos e não fugir deles como se contorna um obstáculo necessário ao progresso. Gosto das palavras repetidas, essas ideias teimam em não saírem da minha cabeça. Os versos refletem o meu estado de espírito e seria uma tolice me trair mais uma vez. Desabafo para encontrar alívio, para conversar com as linhas e agarrar a sensação de que você algum dia sentirá a minha dor, tirará ela de dentro do meu coração, pensando nesse dia tão incerto em que estaremos juntos e tudo não terá passado de um sonho ruim.