O poeta escreve, Mas por vezes mente,... Aleff Lavoisier

O poeta escreve,
Mas por vezes mente,
Encena, ilude.
Na real, um ser mutavel,
mais triste que alegre,
De onde tira profundidade.

Oceano ao invés de rio,
Toca o céu enquanto pisa o inferno,
Cidadão de lugar nenhum.

A constante dúvida
Do real e da sanidade,
Especialmente da própria.
Virose das palavras,
O veneno que esvazia,
Injetado nas veias
Na perdição.

Adorador das decepções,
Histórias com finais duvidosos,
Das ambiguidades,
Das calúnias costuradas no tempo
E rasgadas com tesouras da justiça.

Duvida de tudo que existe,
Inclusive do que disse a segundos atrás,
a ideia jamais permaneça intacta.

Duvida inclusive,
De sua capacidade de escrita,
São tão somente,
delírios constantes.

Ninguém sabe,
Mas sorriso anda com choros
Amarrados nas costas,
Disfarçando as evidências
Do coração contrito.

Dias de sol
Com tempestades
Engarrafadas em seus olhos.

Se cura ao fio da navalha,
Na contramão do sinal.
O alien mas não alienado.

Sua estranheza,
É seu encanto
Que não sabe como obtêm,
Só sabe que escreve