Morrer A maioria das pessoas não fala... Marinho Guzman

Morrer
A maioria das pessoas não fala sobre o assunto e muitos pedem para parar de falar. Na recusa, saem da roda quando ele vem à baila.
Não é mesmo algo que se veja por aí, discussões, palestras, mesas redondas, seminários e outros ensinamentos. O que se vê, são providências para a hora da morte ou para deixar que outros tomem providências depois da morte, e isso me parece uma procuração.
Os mais ricos fazem testamento, também chamado de disposições de última vontade, e por aí, parece que pobre não tem vontade, pois nunca ouvi falar de pobre que tivesse deixado testamento.
Ninguém sabe como é morrer para quem morre. A gente só sabe como é morrer de ver alguém morrendo ou morto.
Tudo indica que quem morre não vê, não ouve, não fala nem sabe que morreu.
Morrer é absolutamente previsível, mas totalmente desconhecido e sendo a única certeza definitiva, a gente deveria saber um pouco mais, para o caso de termos de tomar, nós mesmos, alguma decisão ou providência depois da hora fatal.
Acho esse um pensamento normal para quem gosta de ter as coisas em ordem. Vou pesquisar mais o assunto, porque tenho visto muita gente morrendo ultimamente e mercadologicamente deve ser bem rentável dar um curso, vender um manual e essas coisas.
Sei que vai ter muita gente criticando a minha ideia. Dirão, com a morte não se brinca. Mas quem disse que eu estou brincando?
Afinal, é nas crenças e religiões tidas como sérias, onde mais se fala da hora fatal, quanto e como devemos estar preparados.
Note que pensar, falar ou escrever da morte não quer dizer que eu queira morrer, só quer dizer que é um assunto como outro qualquer e quem não quer falar, não quer ouvir e não quer saber, só estará menos preparado para a hora ou para depois da hora.
Lembro agora que em alguns povos e religiões como os egípcios, por exemplo, os ricos eram enterrados com muitos dos seus bens, principalmente com ouro. Ainda bem que isso saiu de moda, porque senão teria muito mais gente chorando na beira dos caixões de familiares.
Bem, o assunto é vasto. Ou não.
Pode ser só uma ideia, só um texto ou poderão vir outros, como dizem por aí, até que a morte nos separe.